Abandoned - Presentes

Olá pessoal!
Aqui está o 21ºcapítulo da fanfic da Tina.
Esperemos que gostem e comentem, a escritora agradece todos os comentários.

Abandoned
21ºCapítulo

-Calma! -respondi -Ainda preciso de me vestir!
-Oh, pormenores!
Sorri. Dirigi-me ao meu armário, tirei umas calças brancas -o único par de calças dessa cor que tinha - e vesti-as. Depois livrei-me do calor confortável do pijama e vesti a camisola que Alisha me tinha dado.
-Está boa? Quer dizer, fica-te bem, mas pode ser desconfortável ou apertada. Claro que não ia escolher uma coisa muito larga, porque te ficaria ridícula, no entanto não queria exagerar porque se exagerasse estarias muito apertada e não a podias usar, foi por isso que pedi o talão, para depois a poderes trocar, e... Ah, aqui está ele! Toma, é do American Eagle, não pude ir mais longe mas achei a camisola muito gira então dec...
-Está perfeita. -interrompi. Claro que ela não podia ir mais longe: não podíamos ficar muito tempo longe dos vampes, e ela devia ter demorado horas para escolher aquela camisola -Anda, vamos.
E puxei-a por um braço.
Alisha desceu aos saltinhos, excitada.
-Zo! Sabes á quanto tempo não estou com ninguém que faz anos? Lá na UHS havia sempre alguém que fazia anos, pelo menos, de três em três dias, e costumavam convidar-me para os jantares ou assim... Aqui não vou a um jantar de aniversário á uma semana!
-Não, não vais a nenhum jantar á três ou quatro dias...
-Pois, mas parece mais e... -e... continuou a falar!
Luke e Jason já nos esperavam lá em baixo, ambos a sorrir e de presentes na mão.
-Olá Zoey! -gritou Jason, antes de chegar ao pé dele.
-E parabéns -acrescentou Luke
-Obrigada! –respondi, a ambos.
-Toma –sorriu Luke, entregando-me uma caixinha.
A gozar, abanei-a. Verifiquei que o que quer que fosse chocalhava lá dentro.
-O que é? –perguntei, curiosa.
-Abre –limitou-se a responder.
Abri.
Depois de rasgar o papel, verifiquei meio atordoada, que era um leitor MP4 –e não, não era um daqueles de aspecto ranhoso.
-Luke…? Mas o que raio é que te deu…
-Eu sabia que ias achar estranho, mas achei que precisavas de um.
-Obrigada –sorri.
-A… Zoey? Toma é par…
-ZOEY! –gritou Elen, aparecendo sabe-se lá de onde. Correu para me abraçar. –Parabéns querida!
“Oh! Alisha, não podias estar calada?” pensei, quer dizer, na realidade eu sabia a resposta “Não!”.
Boa! Agora era mais alguém para me vir dar os parabéns, e a tentar corrigir todas as imperfeições, a pensar que seria um dia perfeito.
-Encontrei isto no outro dia, enquanto passeava no centro comercial e…
-Com “passear” ela quer antes dizer “acampar” –interrompeu William, a rir.
-Pois… Sabem, o meu marido não compreende a minha enorme necessidade de andar na moda.
-Não, eu não compreendo a tua enorme necessidade de me roubares a carteira, quanto à moda, até percebo. –e riu-se novamente.
Elen sorriu.
-Bem como eu ia a dizer, estava a passear… -William pigarreou –Pois, estava a ACAMPAR no centro comercial, encontrei isto e achei que eram mesmo a tua cara.
E entregou-me um embrulho pequeno, embrulhado em papel de seda verde.
Abri o embrulho.
Continha uma caixinha preta.
Abri-a. Dentro estava dois brincos, por cima de algo macio.
Retirei-os da caixa. Eram em forma de lua, um perfeito quarto crescente. Uma pedra qualquer desconhecida, de um tom safira idêntico ao das minhas tatuagens, brilhava dentro de uma borda em prata.
-Oh, deixa-me pôr-tos! –implorou Alisha.
-Tudo bem, podes pôr. –afirmei, integrando-os.
-Obrigada!
Agarrou-lhes e, com muito cuidado, enfiou-os nos buracos das minhas orelhas.
-Vira-te para mim –ordenou.
Virei.
-Oh, Zo, ficas linda! Vai, vai lá acima ver!
Subi rapidamente as escadas, fui até ao dormitório, à nossa casa de banho e observei.
Duas lindas meias luas pendiam dos meus ouvidos. Eram enormes, do tamanho das minhas argolas médias, e cintilavam quase da mesma cor que as minhas tatuagens.
Adorava-as.
-São lindas…
-Pois são… Quem me dera tê-las visto primeiro… -murmurou Alisha.
Olhei para ela, erguendo as sobrancelhas, a gozar.
-Quer dizer, ficam-te melhor a ti, ainda bem que são tuas!
Ri-me.
-Vamos lá para baixo ter com eles!
Voltamos a descer as escadas.
Jason veio ter novamente comigo.
-Bem, Zoey eu queria…
-ZOEY!
Oh, não! ELE não!
Fui ao encontro delas, olhando-os com toda a raiva que conseguia, o que pareceu ferir a minha mãe, que se retraiu.
-Parabéns Zoey. Linda insistiu em que te desse-mos um presente de aniversário, toma.
Atirou-me um pequeno saco, menor que a minha mão, virou-se e foi-se embora, fielmente seguido pela minha mãe.
Abri aquele embrulho.
Lá dentro vinha um colar, feito com varias pedras iguais que se repetiam até mudarem de cor.
Não, lá dentro não vinha um colar, lá dentro vinha um Terço.
Aquilo deixou-me no pior estado possível.
Corri para as escadas, subi-as rapidamente, entrei no meu quarto, abri a ultima gaveta da secretaria, atirei lá para dentro o Terço, bruscamente, peguei na chave e tranquei-a.
Depois daquela raiva instantânea, veio a tristeza.
Fazia dezassete anos, e nem mesmo assim a minha mãe me dirigia palavra.
Sentei-me na borda da cama, e deixei que as lágrimas se apoderassem de mim.

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