Abandoned: Estupidez?

Olá pessoal!
Trago-vos mais um capítulo da fanfic da Tina, por favor comentem.
bjs



Abandoned
25º Capítulo


Percorremos a estrada, agora sombria, de regresso à Casa da Noite. Todos nós –ou, mais concretamente, quase todos nós, pois Elen não parecia muito contente com a nossa figura – íamos a rir e a conversar, enquanto tirava-mos bocados de nata e bolacha das roupas ou do cabelo.
Não demoramos a chegar.
Alisha conseguiu, espantosamente e com uma ginástica fantástica, enfiar um pé nas portas de ferro forjado abertas e cair no meio do alcatrão, acabando por rasgar as calças e me arrastar consigo.
-Alisha, por favor, a camisola é nova! –reclamei, sem deixar de me rir –E –que eu saiba –não bebeste nada de especial… Que eu saiba…
Ela suspirou, revirou os olhos e não me respondeu. Ia insistir, obviamente, mas um vulto chamou-me a atenção. Apenas via uma parte da cara, pois o corpo e o resto da face encontravam-se ocultos pelas sombras das arvores que cresciam perto do parque, e a lua ainda não tinha nascido, mas os traços perfeito e as tatuagens de um safira brilhante não deixaram duvidas: Era Loren.
Acenou-me, quase imperceptivelmente, com a cabeça, para que me aproximasse. Olhei para trás, para o sitio onde os outros ainda riam. Nenhum tinha reparado.
-Zoey!! –gritou-me Jason –Não vens?
-Err.. –pensei por uns segundos, era ficar ali, junto de Loren e deixar os meus amigos ir, mas ao mesmo tempo poder experimentar de novo aquela sensação de poder, ou ir com eles, deixar Loren na sombra, e continuar a divertir-me como uma miúda de dezasseis –aliás, agora eram dezassete –anos. –Já vou, continuem que eu já vos apanho.
OK, admito, pode não ter sido a melhor das decisões, depois do que vivi, até desejava nunca ter ido ter com ele, das primeiras vezes, no entanto, pela parte que me tocava –e me tentava -, naquele momento, preferia ficar.
Certifiquei-me de que já não me podiam ver ou ouvir e avancei, letamente, para debaixo das sombras ondulantes das arvores.
Ele sorriu-me.
-Estava a olhar para a lua hoje… -murmurou –Está linda e brilhante, sozinha, ofusca todas as outras estrelas…
-Não ofusca o sol –disse, estupidamente, pelo que corei em seguida.
-Não, –afirmou – mas a sua beleza é lhe mil vezes superior, e rodeada pelo manto negro da noite, torna-se numa donzela perdida… A lua está linda, esta noite – repetiu.
-Está – concordei.
-Mas existe algo que a ofusca, mais do que ela ofusca as estrelas, não achas?
Olhei para ele, percebendo onde ele queria chegar, e até me censurei por não ter percebido logo.
-TU ofuscas a lua hoje.
OK OK, já esperava aquela resposta, mas não me podem censurar por corar, não é?
Sorri-lhe. O meu lado infantil começava agora a abandonar-me, o coração abrandava e eu sentia-me melhor, mais feminina, mais adulta, mais sensual… Não sabia o que havia naquele estranho vampyro para me despertar assim, para me dar tanto prazer apenas com palavras.
-Parabéns, Zoey – murmurou, aproximando-se mais de mim.
Com o dedo, percorreu as minhas tatuagens levemente, desenhado o seu padrão na minha face, e sem nunca a largar, puxou a minha cara para a sua.
Uma chama fugaz percorreu os seus olhos, quase de um modo sinistro, mas eu não lhe dei importância, provavelmente os meus olhos brilhavam a dobrar.
Aproximou-se mais, lentamente, o que eu lamentei. Só queria aproximar-me dele, e o mais depressa possível.
Ele pareceu hesitar, por uns segundos, o que me levou a pensar que iria desistir como dantes, mas ele acabou por decidir e, suavemente, juntou os seus lábios aos meus.
Foi completamente diferente do que eu estava á espera.
Senti calor subir pela minha espinha, enquanto ele, de uma forma espantosa, me beijava e me fazia sentir melhor e mais velha do que era, sem uma ponta de fragilidade sequer. Juntei-me mais a ele, sem saber sequer o que fazia, mas algo pareceu acabar com aquilo.
Um ruído, que até eu ouvi, que soava a algo como impaciência. Ele afastou-se rapidamente, enfiou um papel na minha mão, e fugiu a correr, deixando-me ali, a sentir-me estúpida e infantil. Teria sido aquilo uma estupidez?
Regressei, penosamente, ao dormitório, mas algo me fez parar cerca de vinte metros depois.
Outro vulto estava lá.
Apresei-me a correr para junto dele, porque sabia bem quem era.




(Próximo capítulo: Terça-feira)

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